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ESCRITORAS DA DITADURA

ESCRITORAS DA DITADURA
Nesta obra mostra-se que pode haver na narração literária e na historiografia os pressupostos de que são processos e estratégias de organização da realidade, na procura de coerência imaginada e baseada na descoberta de laços e nexos, de relações e conexões entre os dados fornecidos pelo passado. Nisso, há uma plausibilidade de uma significação possível imaginada pelo escritor/historiador de tal maneira que o leitor possa reconstruir os fatos representados. Concebe-se nestas páginas que os discursos literário e histórico resultam de uma mediação social. Ao narrar, constroem-se pontos de vista que podem revelar vestígios da história, uma vez que historiadores procuram na literatura a preservação de imagens vividas e podem ser vistas como testemunhas dos acontecimentos compostas a partir do discurso do 'pretenso' real. Também que da história ou da literatura, e como um produto elaborado na narratividade, o discurso crítico-científico é construído pelo narrador. Ele coleta o material, molda-o de acordo com seus instrumentos ideológicos e organiza os fatos que consegue descobrir de uma maneira ou de outra, no desafio de se estabelecer ordem para através desta contestar aquela, considerando a metaficção historiográfica, em sua potência, quando questiona a história que se coloca em prioridade em relação às verdades. Ficção, no discurso metaficcional historiográfico, na arte, alia-se à história, porque são matérias mediadas pelo veio social. Ao escolher o ponto de vista das mulheres, fica a certeza de que elas, na literatura de urgência e de arquivo, reuniram vozes de protesto e de dor, escancararam feridas, tentaram se redimir de culpas, para que pudessem continuar, suscitando o sonho de que todos se iluminem com o sol da liberdade (seguindo o romance de Ana Maria Machado, porque '[...] A paz se estende sobre a terra/Foi vencida a Tirania/Pela democracia.' (Samba do Salgueiro, in: Machado, 2012, p. 9)".
Gilmar de Azevedo
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