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EDUCAÇÃO DO CAMPO E ALGUMAS INTERFACES
A educação no campo brasileira está inserida em um contexto político e social que influencia diretamente suas práticas e desafios. Historicamente, a educação campesina foi negligenciada pelas políticas públicas, refletindo uma visão de desenvolvimento que privilegiava as áreas urbanas e industriais em detrimento das áreas rurais. Essa visão se traduz em desigualdades profundas, que afetam não apenas a qualidade da educação, mas também o acesso e a permanência dos estudantes nas escolas.
Nos últimos anos, vimos um aumento significativo das políticas de austeridade e dos cortes orçamentários que atingem diretamente a educação pública, e a educação do campo não ficou imune a esses impactos. O fechamento de escolas rurais, por exemplo, muitas vezes justificado por razões de eficiência econômica, tem levado à dispersão dos alunos e ao enfraquecimento das comunidades locais. Além disso, programas como o Goiás TEC, que inicialmente prometiam modernização e melhoria da qualidade educacional, acabaram por revelar falhas estruturais e de execução que precisam ser criticamente avaliadas.
Este livro é um chamado à reflexão e à ação. A educação do campo precisa ser tratada como prioridade nas políticas públicas, garantindo que todas as crianças e jovens rurais tenham acesso a uma educação de qualidade, que respeite suas particularidades e valorize suas culturas. É fundamental que as políticas educacionais sejam construídas em diálogo com as comunidades locais, promovendo uma educação que contribua para o desenvolvimento sustentável do campo.
Igor Gonzaga Lopes
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