Este livro oferece uma investigação sobre a política brasileira de desenvolvimento econômico e a forma como ela viabilizou a entrada de empresas transnacionais de bebidas no Brasil, a partir de restrições às indústrias nacionais, cujos proprietários, em sua maioria, eram imigrantes de países do Eixo, durante a Segunda Guerra Mundial. Estas restrições iniciaram durante o Estado Novo no Brasil (1937-1945), e foram verificadas através dos episódios de quebra-quebra, em 1942, que ocorreram em diversas cidades brasileiras, incluindo Santa Maria – RS, bem como em ações diretamente implementadas na legislação da fabricação dos seus produtos. Esta política relacionada a legislação, teve continuidade, culminando com a elaboração do Decreto Lei nº 5.823, de 14 de novembro de 1972, momento que novamente este tema, vinculado a indústria de bebidas no Brasil voltou a ser alvo de discussões.
Com base em uma análise qualitativa, a investigação do caso da Fábrica Cyrilla, de Santa Maria, foi perceptível que políticas de ampliação das fronteiras nacionais ao mercado norte americano foram praticadas, assim como questões locais/regionais refletiram e estavam interligadas a projetos híbridos de governo e a interesses de determinados grupos sociais.
Esta investigação também traz uma análise de como o pan-americanismo e o internacionalismo produziram impacto e influenciaram nas condutas políticas e nas ações dos governos, sendo que políticas de desenvolvimento econômico se apresentaram como norteadoras das destas ações, seja para justificar a intervenção econômica, como forma de organizar interesses de classe, ou como alternativa para justificar ações repressivas, que inclusive levou ao desmonte, crise e até mesmo fechamento de empresas, como a Cyrilla, nesta aproximação econômica entre Brasil e os Estados Unidos.

Obra disponível na versão impressa. Contato do autor(a): bruna.lima90@hotmail.com