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AS MÁSCARAS DA VIOLÊNCIA EM MARCELINO FREIRE

As Máscaras da Violência convida o leitor a enxergar a brutalidade que atravessa o cotidiano por caminhos nem sempre evidentes — uma violência que nem sempre grita, mas que corta fundo. A obra dialoga com o universo literário de Marcelino Freire, sobretudo na maneira de revelar feridas sociais, silêncios impostos e vidas atravessadas por desigualdade, discriminação e abandono. Assim como nas narrativas de Freire, aqui a violência não aparece apenas em gestos extremos, mas também nas bordas, nas entrelinhas, nos hábitos que se repetem até parecerem normais.
Por meio de episódios do ambiente escolar, familiar e comunitário, o livro desvela as inúmeras máscaras que a violência utiliza para se infiltrar no convívio humano: a brincadeira que humilha, a autoridade que oprime, o silêncio que machuca, a exclusão que se disfarça de ordem. Cada situação analisada expõe tensões, vulnerabilidades e as formas sutis pelas quais o sofrimento ganha corpo — aproximação direta com a sensibilidade crítica que marca a obra de Marcelino Freire.
A partir de uma linguagem acessível, mas profundamente consciente das camadas sociais que produzem e sustentam comportamentos violentos, o livro oferece reflexões potentes sobre empatia, convivência e responsabilização coletiva. Ele provoca, inquieta e amplia o olhar do leitor, lembrando que a violência, assim como nos textos de Freire, não é um fenômeno distante: está entre nós, muitas vezes escondida atrás de gestos cotidianos.
As Máscaras da Violência é, portanto, um chamado para desmascarar aquilo que fere, reconhecer vozes silenciadas e construir práticas que rompam ciclos de dor. Uma obra que conversa com a dureza e a ternura presentes no trabalho de Marcelino Freire, convidando o leitor a pensar — e sentir — para além das aparências.
CLAUDIMAR PAES DE ALMEIDA
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